quarta-feira, 20 de junho de 2012

Marcha da Maconha na Cúpula dos Povos: A mais plural das marchas! e Reunião da Cúpula Cannabica Rio+4:20

    
Marcha da Maconha na Cúpula dos Povos - Rio de Janeiro 2012


     Ontem tive o imenso prazer de participar, junto com cerca de mil pessoas, da mais plural das marchas da maconha, a "Marcha da Maconha extraordinária na Cúpula dos povos", qualquer marcha  da maconha por si só já é um exercício de pluralidade, porém, esta foi especial.
Participantes da 1ª Cúpula Cannabica
     Esta marcha da maconha foi resultado da superação e da luta dos cerca de 100 ativistas que participaram da 1° Cúpula Cannabica do Brasil, que reuniu-se na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) para debater a "Marcha da Maconha" no Brasil, além do contexto, convergências e divergências do movimento pela legalização e de combate à "guerra às drogas", neste encontro estiveram presentes representantes de todas as regiões brasileiras, organizadores e participantes de Marchas da Maconha de cidades como: Guarulhos, São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Rio das Ostras, Natal, João Pessoa, Belém, Viçosa, Florianópolis, Campo Grande, Nova Iguaçu, Brasília, Belo Horizonte, Mossoró, Juiz de Fora e Vitória; além de representantes dos mais variados grupos, organizações e movimentos canabistas e antiproibicionista como por exemplo: A.S.M.A. (Associação Secreta dos Maconheiros Assumidos), Coletivo DAR (Desentorpecendo a razão), MLM (Movimento Pela Legalização da Maconha), Juízo Torrado, Smoke Buddies, Hempadão, InCa (Instituto da Cannabis), Bloco Planta na Mente, Cultura Verde, Revista SemSemente, Psicotropicus e outros...
Cartaz da Marcha
     Além ter marcado uma Marcha da Maconha extraordinária,  a Cúpula organizou-se em três dias de debates, divididos da seguinte maneira 1) o balanço das Marchas da Maconha pelo Brasil e percepção dos movimentos e indivíduos sobre o panorama da luta pela legalização, 2) a conjuntura da luta pela legalização e 3) perspectivas para os movimentos, a  cúpula Rio+4:20 criou um GT para viabilizar uma ferramenta de interação, uma rede que reúna indivíduos e coletivos que lutem pela legalização em nosso país, facilitando a interação e o compartilhamento de experiências e informações sobre o tema, fortalencendo a luta contra a chamada "Guerra às Drogas", além disso a Cúpula definiu que dia 27 de Novembro será o "Dia Nacional Pela Legalização da Maconha", a data foi escolhida por ser o dia nacional de luta contra o câncer e um dos principais usos medicinais da maconha é exatamente no suporte ao tratamento contra o câncer, também foi marcada uma campanha a ser realizda pelas marchas, que será a "STF - Não deixe nossa causa a pagar" cobrando o julgamento por aquele tribunal de matéria que pode descriminalizar o usuário e encontra-se em fila para votação, sendo que a data da prescrição do mérito aproxima-se.
       A Marcha da Maconha na Cúpula dos Povos, teve apenas três dias para ser divulgada e mesmo assim conseguimos reunir, no Aterro do Flamengo, em frente ao Museu de Arte Moderna, centenas de pessoas.

     A partir das 14horas começamos a confeccionar cartazes e dialogar com os participantes da Cúpula, gente das mais variadas origens, a recepção do público foi muto interessante, por volta das 16horas a Polícia Militar chegou e após uma conversa com Renato Cinco (da Marcha do Rio de Janeiro) definiu-se que faria o acompanhamento da mesma, durante a marcha a PM atuou com arrogância, chegando a jogar a moto sobre uma militante da Marcha da Maconha de São Paulo, porém as provocações não foram suficientes para nos atrapalhar, exatamente às 4:20 partimos caminhando e cantando, seguimos pelo território da Cúpula, foi imensa alegria ver que enquanto a marcha avançava o número de participantes não parava de crescer, chegando a cerca de mil ao final da mesma, integrantes do MST aderiram a Marcha da Maconha portando bandeiras, bonés e camisetas do movimento, indígenas brasileiros, em trages tradicionais de suas culturas integraram a Marcha e um chamou especialmente a atenção, pelo "mega cachimbo da paz" que ele trazia consigo, ao cruzarmos o território onde estava um grupo de "Hare Krishinas" os integrantes da Marcha pararam por alguns instantes para dançar junto com eles, a resposta foi linda, um dos Harse que cantava gritou, "Vamos derrubar a babilônia!" e depois entre os mantras, marijuana, marijuana, marijuana, foi sensacional, outra cena inesquecível, foi ver um grupo da imprensa com cerca de dez profissionais (operadores, câmeras, repórteres etc) que faziam a cobertura da Marcha, quando a galera começou a cantar "Quem não pula é careta, quem não pula é careta..." olhei para a imprensa e um deles que segurava um microfone começo a pular, chamei um camarada que estava próximo para mostrar a cena e quando olhamos novamente, todo o grupo da imprensa pulava e cantava junto com a Marcha, feministas que integraram a Marcha das mulheres e garotas que organizaram a Marcha das Vadias também estavam na marcha da maconha, uma delas portava um cartaz, onde estava escrito: "Liberdade para todas as fêmeas, sejam humanas ou canábicas" (Marcha da Maconha Potiguar)
      A Marcha da Maconha Extraordinária durou cerca de uma hora e meia e seguiu até a plenária “Direitos por Justiça Social Ambiental”, um dos espaços da Cúpula dos Povos. A proposta de legalização da maconha foi apresentada oficialmente para a cúpula e o entendimento que a Guerra às drogas é um flagelo para a juventude em todo o planeta foi reconhecido e agora será levado às votações para a composição do documento final da Cúpula dos Povos, resumindo, a mais plural das Marchas da Maconha foi um sucesso total!












Algumas fotos do Hempadão:







Um comentário:

  1. Ótima reportagem, o Brasil inteiro está unido contra este proibicionismo indecente, parabéns por nos informar de coisas tão importantes.O Blog está lindo.

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